Seis anos após tragédia em Brumadinho, recuperação do Rio Paraopeba apresenta avanços e desafios
O Sistema Estadual de
Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Sisema) divulgou
um relatório destacando as principais ações realizadas em 2024
para a recuperação da Bacia do Rio Paraopeba, seis anos após o
rompimento das barragens em Brumadinho. O documento evidencia avanços
na restauração ambiental e iniciativas socioeconômicas para as
comunidades impactadas.
Entre os destaques, está a recuperação
das áreas de Remanso 1B e Braço Sul/Remanso 1A, totalizando 4,44
hectares, onde foram concluídas etapas como reconformação do
terreno, plantio de espécies nativas e monitoramento contínuo. Além
disso, em 2024, foram removidos 43 mil metros cúbicos de rejeitos do
rio, mais que o dobro do ano anterior, com testes de dragagem
mecanizada prometendo acelerar o processo.
Participação
comunitária e monitoramento
Reuniões públicas realizadas em
novembro de 2024 permitiram que moradores de localidades como Alberto
Flores, Córrego do Feijão e Tejuco dialogassem com representantes
da Vale e órgãos ambientais. Essas reuniões subsidiaram o Plano
Diretor Ambiental, que definirá os usos futuros das áreas afetadas
e a criação do Parque Municipal Ferro-Carvão.
Investimentos e
metas futuras
A Vale destinou mais de R$ 1,5 bilhão, parte do
Acordo Judicial de Reparação Integral firmado em 2021, a projetos
como fortalecimento do Sisema, monitoramento de barragens e programas
de educação ambiental. No saneamento básico, 17 dos 26 municípios
impactados firmaram contratos para obras essenciais, previstas para
avançar até 2025.
O plano de recuperação segue até 2030,
com metas como a remoção de 12,4 milhões de metros cúbicos de
rejeitos e restauração de áreas de vegetação e nascentes. Apesar
dos avanços, os desafios permanecem, exigindo esforços contínuos e
diálogo entre sociedade, governo e empresas para garantir a
efetividade das ações e a recuperação plena da bacia.
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