Coletores de recicláveis em Pará de Minas se transformam em foco de preocupação com a dengue e chikungunya
O que começou como uma
ideia promissora para incentivar o descarte consciente de materiais
recicláveis, como garrafas de vidro e plástico, em Pará de Minas,
está gerando preocupação e indignação entre os moradores.
Diversos coletores, instalados em forma de gaiolas em pontos
estratégicos da cidade, têm se tornado criadouros para o mosquito
Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, chikungunya e
zika vírus.
Embora a iniciativa tenha sido elogiada
inicialmente por facilitar a coleta seletiva, a realidade no dia a
dia revela um problema grave: o uso inadequado desses coletores. Em
vez de serem utilizados exclusivamente para o descarte de materiais
recicláveis, muitas pessoas têm jogado lixo comum nas gaiolas,
transformando esses locais em verdadeiras "lixeiras
comunitárias". Pior ainda, garrafas descartadas com a boca para
cima, baldes e outros recipientes estão acumulando água da chuva,
criando condições ideais para a proliferação do mosquito.
No
bairro Dom Bosco, por exemplo, um dos coletores tem sido alvo de
reclamações constantes. Segundo moradores, a estrutura está
completamente lotada de garrafas e lixo, com muitos recipientes
cheios de água parada. A moradora Ana Maria Rita Meyre, indignada
com a situação, pediu providências imediatas:
"Isso aí
é um caso de emergência. Isso tinha que olhar com emergência, não
é nem urgência. Como se diz, não é um caso de levar para a mesa
da Câmara Municipal, porque na Câmara é coisa para ser estudada.
Isso aí não é estudar, é ação rápida”, cobrou Ana Maria.
A
preocupação dos moradores não é infundada. Pará de Minas já
enfrentou surtos de dengue em anos anteriores, e a presença desses
criadouros em vários pontos da cidade aumenta o risco de uma nova
epidemia. A falta de fiscalização adequada e o comportamento
irresponsável de alguns cidadãos agravam ainda mais o problema.
As
reclamações serão encaminhadas aos órgãos competentes da
Prefeitura de Pará de Minas. A população espera que medidas sejam
tomadas com urgência para evitar um mal maior. Entre as possíveis
ações, destacam-se: a limpeza regular dos coletores, campanhas de
conscientização para o uso correto das gaiolas e até a reavaliação
do modelo de descarte utilizado.
Enquanto isso, os moradores
continuam preocupados com a saúde pública. Afinal, o que era para
ser uma solução sustentável está se transformando em um problema
grave. Como bem destacou Ana Maria: "Isso não é algo para ser
discutido, é algo para ser resolvido já."
Atenção e
agilidade são fundamentais para que Pará de Minas não enfrente
novamente os desafios e as dores de uma epidemia.
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