PMs matam colombiano e combinam versão para autoridades

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Quatro policiais militares foram indiciados pela Polícia Civil de São Paulo por matarem um colombiano com ao menos 40 tiros na véspera do Natal do ano passado. O caso ocorreu em um prédio na região central da capital paulista.
Os policiais militares foram chamados por vizinhos do colombiano após ouvirem gritos e verem sangue no apartamento. No local, encontraram o homem ferindo o próprio cachorro com uma faca e tentaram negociar para que ele largasse a arma e se rendesse.
A conversa, segundo os registros em vídeo, durou cerca de dez minutos. Os policiais ficaram no corredor do prédio, enquanto a vítima estava no apartamento, com a porta aberta.
Diante da resistência do colombiano, que estaria em surto, um dos PMs chegou a atirar com uma arma de choque, mas o procedimento não deu certo. Em seguida, ocorreram os disparos com arma de fogo que mataram o homem e o cachorro.
As imagens mostram que dez policiais participaram da ação e quatro atiraram. Segundo a investigação, os policiais chegaram a entrar no apartamento e encontraram o homem ainda vivo, mas atiraram de novo e o mataram.
Depois da execução, o chefe dos PMs aparece no vídeo instruindo os demais sobre a versão que seria dada às autoridades.
"Ou seja, indivíduo armado de faca, agressivo, colocando a vida dos senhores O procedimento diz o quê? Arma de fogo. Mesmo assim tentaram utilizar a taser. Ou seja, tentaram um método menos letal dentro da possibilidade, certo? Não há o que se falar. Primeiro de tudo, o senhor se acalma. Porém, procedimento é procedimento, senhores", ele diz.
O PM, em seguida, pergunta quem fez os disparos e quatro policiais levantam as mãos.
Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), os quatro foram afastados do trabalho na rua desde a data dos disparos. O caso também é investigado em um inquérito policial militar.
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