"Camisa vermelha da Seleção? Torcedores rejeitam ideia e Pará de Minas reforça amor pela 'amarelinha'"

A possibilidade de a Seleção Brasileira entrar em campo vestindo vermelho causou um verdadeiro alvoroço entre os torcedores do país. Considerada uma proposta ousada, a ideia esbarrou em um obstáculo difícil de ignorar: a paixão nacional pelas tradicionais camisas amarela e azul, vistas por muitos como "mantos sagrados" do futebol brasileiro.
Em Pará de Minas, cidade do Centro-Oeste mineiro conhecida pela forte ligação com o esporte, a rejeição foi ainda mais contundente. A Total FM e a Total Play foram às ruas para ouvir os torcedores, e entre 200 entrevistados, 180 disseram que jamais comprariam uma camisa vermelha da Seleção Brasileira, enquanto apenas 20 se mostraram favoráveis à ideia.
"A amarelinha é nossa identidade. É com ela que o Brasil encantou o mundo, ganhou cinco Copas. Trocar isso por uma camisa vermelha? Nunca!", disse André Luiz, torcedor ouvido na Praça Torquato de Almeida, no centro da cidade.
A proposta da nova cor teria surgido como parte de uma ação de marketing em parceria com a fornecedora Nike, responsável pelos uniformes da Seleção. Embora a CBF ainda não tenha feito um anúncio oficial, fontes internas indicam que há um modelo vermelho em estudo para os próximos lançamentos.
CBF pode voltar atrás?
Apesar da forte rejeição popular, é improvável que a camisa vermelha seja descartada imediatamente. O contrato entre a CBF e a Nike estabelece que os modelos de uniforme precisam ser definidos com dois anos de antecedência, o que tornaria difícil alterar qualquer lançamento previsto para antes da Copa do Mundo de 2026.
Ainda assim, fontes próximas à entidade sugerem que o presidente Ednaldo Rodrigues poderia intervir junto à Nike, solicitando uma mudança para uma cor mais tradicional, como o azul. A resposta, no entanto, dependeria da boa vontade da fornecedora, que não é obrigada a atender ao pedido.
Camisa vermelha é proibida?
Legalmente, a CBF tem margem para adotar qualquer cor, inclusive o vermelho. O artigo 13, inciso 3, do Estatuto da entidade permite a elaboração de uniformes em cores diversas, desde que haja aprovação da diretoria.
“Os uniformes obedecerão às cores existentes na bandeira da CBF, sendo permitida a elaboração de modelos comemorativos em cores diversas, sempre mediante aprovação da Diretoria”, diz o texto.
Mesmo assim, a questão ultrapassa o aspecto jurídico. O uniforme da Seleção carrega um forte simbolismo cultural e emocional, construído ao longo de décadas com títulos, ídolos e momentos históricos. Para muitos torcedores, mudar a cor é tocar na alma da Seleção.
Enquanto a CBF avalia seus próximos passos, uma coisa é certa: o coração do torcedor brasileiro bate em verde, amarelo e azul. E em Pará de Minas, esse sentimento é ainda mais forte.
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