Declaração final do G20 tem primeira versão, mas pode ser reaberta em temas polêmicos
Após negociação que se estendeu até a madrugada, Brasil quer evitar reabertura do texto em pontos como geopolítica, tributação e gênero. G20 Brasil 2024
Reprodução/TV Globo
Divergências em torno de temas como igualdade de gênero, enfrentamento à emergência climática e geopolítica dificultam a conclusão das negociações para a declaração final dos chefes de Estado do G20.
Segundo informações de negociadores envolvidos nas tratativas e de fontes diplomáticas, as negociações avançaram bastante nas últimas horas, chegou-se a um texto final, mas há pontas soltas que vão ter de ser resolvidas em conversas bilaterais até o final da cúpula, na terça-feira (19).
Os negociadores brasileiros temem que essas pontas soltas levem à “abertura” do texto de novo, fechado após duras negociações.
Essa versão, alcançada na madrugada deste domingo, cita temas como a tributação dos super-ricos, questão de gênero e meio ambiente.
Questões geopolíticas, como a guerra da Ucrânia, também acenderam sinal vermelho e podem levar à reabertura do texto.
Documento final do G20 deve ter menção inédita a taxação de super-ricos, apesar de oposição da Argentina
Na tarde de hoje, Mauricio Lyrio, o principal negociador brasileiro, apresentou o texto ao presidente Lula.
Os negociadores dos países, conhecidos como sherpas, avançaram a madrugada tentando chegar a um encaminhamento. Eles passaram os últimos dias reunidos em um hotel próximo ao aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio de Janeiro.
Por volta de 4h, o sherpa brasileiro apresentou um esboço de declaração com os pontos consensuais e encerrou as negociações conjuntas.
Documento final do G20 deve manter a menção inédita a taxação de super-ricos, apesar de oposição da Argentina. As divergências residuais vão ser tratadas em diálogos bilaterais até no máximo terça-feira, quando terminará a cúpula e haverá a leitura da declaração.
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